A Polícia Civil do Tocantins, através da 88ª Delegacia de Gurupi, concluiu nesta quarta-feira, 23 de abril de 2025, o inquérito sobre uma chocante ocorrência na cidade. Uma mulher de 21 anos orquestrou uma gravidez fictícia ao longo de nove meses, lesando financeiramente um homem com quem teve um relacionamento casual. A investigação culminou no indiciamento da autora pelo crime de estelionato.
De acordo com o delegado-chefe da 88ª DP, Jacson Ribas, a investigação teve início após a denúncia da vítima, que relatou ter sido enganada pela mulher, identificada pelas iniciais T.S.M. O delegado explicou que “a vítima foi informada da gravidez e, acreditando na veracidade dos fatos, realizou diversas transferências bancárias à autora para cobrir as supostas despesas gestacionais, inclusive sob a alegação de uma gravidez de alto risco”.
A fraude se aprofundou quando, após o suposto período de gestação, a autora começou a postar fotos de uma criança em suas redes sociais, marcando a vítima como pai e, inclusive, fazendo falsas acusações de abandono com o objetivo de obter vantagens financeiras. A vítima, desejando conhecer o filho, tentou insistentemente encontrar a mulher, que sempre apresentava desculpas evasivas para impedir qualquer contato.
A situação atingiu um ponto crítico quando um exame de DNA foi agendado em uma clínica de Gurupi, ao qual a autora não compareceu. Em 15 de fevereiro de 2025, a mulher publicou em suas redes sociais uma nota de falecimento com a foto de uma criança, informando seu óbito. Diante dessa publicação, a vítima procurou a autora e foi informada de que uma funerária havia recolhido o corpo. Foi nesse momento que a verdade veio à tona, comprovando o golpe.
Em face das evidências, a autora foi formalmente indiciada pelo crime de estelionato, conforme o Artigo 171 do Código Penal, que prevê pena de reclusão de um a cinco anos. O inquérito policial foi encaminhado ao Poder Judiciário para análise e as devidas providências legais.
O delegado Jacson Ribas enfatizou que a conduta da autora, além de criminosa, causou significativo sofrimento à vítima, que foi envolvida em uma elaborada e falsa narrativa. “As investigações da equipe da 88ª DP demonstraram que a mulher agiu com a intenção de manter o relacionamento de forma forçada e, simultaneamente, obter vantagem econômica, utilizando a falsa gravidez como pretexto para enganar a vítima, que inicialmente acreditou na sua versão dos fatos”, concluiu o delegado.