Filmado na região oeste do estado do Tocantins na Ilha do Bananal, o documentário Tainahakỹ: Uma narrativa ancestral Javaé, nasceu do desejo dos povos originários Javaé em registrar as narrativas ancestrais que, segundo os anciões, vem sendo esquecidas. A estreia aconteceu no dia cinco de abril, no Mobi Cine em Gurupi, com entrada gratuita e contou com a presença da comunidade gurupiense e dos povos indígenas Javaé.
O nome Tainahakỹ significa “Homem-Estrela”. É um termo que define a articulação entre presente, passado e futuro na cultura indígena. Com o documentário é possível mergulhar no passado, compreender o presente e refletir sobre os desafios e possibilidades de um futuro ancestral.
Manoel Malarranin Karajá, diretor da Escola Indigena Tainá, da Aldeia Kanoano, contou que o documentário “vai ficar guardado para sempre para que os filhos, os netos não esqueçam a história, é um documentário que relata histórias que nossos avós nos ensinaram e nossos filhos vão estar aprendendo, estamos felizes com isso”
O filme foi produzido e dirigido pelo Mestre em Filosofia e Fotógrafo, Rafael Silva Oliveira e pela Jornalista e Mestra em Comunicação e Sociedade, Anette Maria Bento.
Na abertura do evento Anette Bento, destacou a alegria de ver a sala cheia e que o documentário foi produzido por pessoas tori, ou seja pessoas não indígenas, mas que esse documentário é do povo Javaé, que contribuíram e contribuem com as pesquisas. Anette enfatizou ainda a importância do documentário para que os povos indígenas estejam cada vez mais presentes utilizando os espaços da sociedade “para que a gente possa fortalecer cada vez mais vocês quanto pessoas indígenas e que vocês possam estar aqui junto com a gente ocupando os espaços, do cinema, das escolas, das Universidades, todos os lugares, ter vocês aqui também é um ato político” conclui Bento.
A produção audiovisual é resultado da pesquisa “Valorizacão da vida e prevenção do suicídio na Aldeia Kanoano”, contemplada pelo Edital Saude, nº 01/2023, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Tocantins (FAPT), em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) – Fomento à Produção Científica na Saúde no Estado do Tocantins. O projeto também está vinculado ao grupo de pesquisa Observatório de Povos Tradicionais do Tocantins (OPTTINS) da Universidade de Gurupi e é uma realização da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022) e o edital “Leilane Macedo” do município de Gurupi.
A iniciativa contou ainda com o apoio de lideranças indígenas e pesquisadores que se dedicam à preservação cultural dos povos originários do Tocantins.
Natural de Gurupi-TO, 34 anos, formada em Jornalismo pela Universidade de Gurupi, trabalho como locutora de rádio desde 2019, atualmente trabalhando na Rádio Araguaia FM 96,7 e atuando como prestadora de serviços na Assessoria de Comunicação da UnirG, como mestre de cerimônia e voz para redes sociais.